Maloca Sustentável
A partir do ano 2000, um novo pensamento começou oficialmente a ser desenvolvido pela ciência da comunicação e incorporado às diretrizes estratégicas das empresas. Nascia o Marketing 3.0, focado nos valores mais humanos do universo mercadológico. Um conceito surgido da óbvia compreensão de que todo mercado, embora impulsionado por números, existe e se desenvolve por causa das pessoas que atuam nas suas mais diferentes esferas.
Sob essa ótica, o consumidor deixou de ser apenas o público-alvo da propaganda e das ações promocionais para ser reconhecido como o ser complexo que é, com alma e coração, que sonha e sofre, opina e influencia no consumo e na construção global das marcas. E diversas técnicas foram desenvolvidas para mostrar às pessoas que as empresas por trás dos anúncios percebem e se importam com isso, a ponto de moldarem suas missões, valores, objetivos, produtos e serviços com base nessa visão mais holística do indivíduo e da sociedade.
Para criar uma cultura corporativa sólida e relações estáveis com seus clientes e consumidores, hoje as empresas precisam mostrar aos seus públicos internos e externos que a relação deles não é meramente comercial. Que além dos lucros, pensam nas pessoas. Que se preocupam com as desigualdades sociais e procuram fazer sua parte para minimizá-las. E é claro: que respeitam e preservam o meio ambiente, investindo em tecnologias que diminuem o impacto ecológico de sua atuação. Isso representa o início de uma nova era de consciência e solidariedade no universo corporativo? Infelizmente, não.
Hoje, muitas das tradicionais práticas exploratórias dos insumos naturais necessários ao nosso desenvolvimento realmente são desenvolvidas de modo mais controlado, mas devido a pressão da sociedade, através de seus representantes públicos, da mídia e das entidades ambientais. A relação custo-benefício inerente às mais diversas atividades econômicas foi “forçada a evoluir” junto o nível de conscientização do consumidor. Surgiu um novo tipo de cliente, que exige contrapartidas ecológicas e sociais para fazer negócio e força o mercado a atender essa demanda, demonstrando nítida preferência pelas opções que se adequam aos seus ideais.
Hoje, muitas das tradicionais práticas exploratórias dos insumos naturais necessários ao nosso desenvolvimento realmente são desenvolvidas de modo mais controlado, mas devido a pressão da sociedade, através de seus representantes públicos, da mídia e das entidades ambientais. A relação custo-benefício inerente às mais diversas atividades econômicas foi “forçada a evoluir” junto o nível de conscientização do consumidor. Surgiu um novo tipo de cliente, que exige contrapartidas ecológicas e sociais para fazer negócio e força o mercado a atender essa demanda, demonstrando nítida preferência pelas opções que se adequam aos seus ideais.
O Poder Público também fez a sua parte. Afinal, da mesma forma que o consumidor preocupado com o aumento da pobreza e com o desmatamento da Amazônia começou a exigir um posicionamento diferente das empresas, o eleitor também passou a “cobrar” essa conscientização em troca de seu valioso voto. É lógico que muitas pessoas claramente bem-intencionadas integram este movimento, trabalhando cada qual em sua esfera de atuação pelo bem comum e induzindo, através de seus exemplos, a mesma atitude. Mas o que realmente “engrenou” uma mudança perceptível foi a criação de Leis de Incentivo. Assim como na área da Cultura, da Música e das Artes, foram criadas formas legais de compensar atitudes como a coleta seletiva de lixo em condomínios, o apadrinhamento de praças e outros espaços públicos, o apoio a entidades sociais e a filantropia em geral.
A análise aprofundada destes fatos leva a uma bizarra conclusão: longe de representar uma tomada geral de consciência, a maior parte das atitudes “comprometidas com a preservação do meio ambiente e a diminuição das desigualdades sociais” que nós, consumidores, eleitores e cidadãos podemos comprovar no dia-a-dia trata-se de uma grande conveniência legal e empresarial. E não é isso que vai salvar o planeta. Não é isso que vai transformar a humanidade.
Quando algo que deveria ser orquestrado pelo coração nasce na mente, tudo muda. É como o “amor racional”. Um conjunto de conveniências, de fatores que possibilitam uma adequação aos padrões, de vantagens analisadas e atitudes burocráticas. Muitos casais vivem assim, para ostentar uma fachada que de modo algum corresponde àquilo que eles são entre quatro paredes. Fingem que se amam. Fingem que são felizes. O amor ao próximo e pela natureza funciona da mesma forma: ele precisa ser incondicional, sem pedir nada em troca. Só assim pode ser percebido e retribuído com a intensidade necessária para transformar uma realidade.
Como resultado dessa visão mercantilista das pessoas e de nossos recursos naturais, surgiu um grande e lucrativo filão de mercado, cuja contribuição “para o bem” está longe de se comparar ao lucro obtido. A grande massa de consumidores cegamente confiantes em certificações verdes e sociais estimula uma variedade de produtos e serviços “supervalorizados”, mais caros do que aqueles que não possuem o mesmo status. E quem os utiliza têm duas irresistíveis motivações subliminares para isso: a sensação de engajamento e a certeza de estar ajudando na construção de um futuro melhor.
A ideia aqui não é taxar Governos e empresas em geral de espertalhões ou afirmar que tudo aquilo que consumimos acreditando ser o melhor para a sociedade e o meio ambiente faça parte de uma nociva estratégia global de marketing. O objetivo é fazer você entender que isso existe e que é preciso manter os olhos abertos, para perceber a diferença entre quem está representando um papel e quem vem trabalhando, de verdade, para minimizar as agressões contra a natureza e acolher parcelas de públicos economicamente carentes ou com deficiências.
A ideia aqui não é taxar Governos e empresas em geral de espertalhões ou afirmar que tudo aquilo que consumimos acreditando ser o melhor para a sociedade e o meio ambiente faça parte de uma nociva estratégia global de marketing. O objetivo é fazer você entender que isso existe e que é preciso manter os olhos abertos, para perceber a diferença entre quem está representando um papel e quem vem trabalhando, de verdade, para minimizar as agressões contra a natureza e acolher parcelas de públicos economicamente carentes ou com deficiências.
A melhor informação é justamente aquela que está por trás dos sites e anúncios oficiais. Ações eco-sociais funcionam apenas com a continuidade e como parte integrante de uma filosofia de vida, ou missão empresarial muito forte. Os empreendedores deixam em suas trajetórias um rastro de fatos e eventos que revelam quem eles realmente são. Além disso, ONGs e outras instituições também divulgam informações preciosas, que não estão nos jornais nem nas TVs. Através delas, você pode descobrir que ao comer o chocolate “X”, está estimulando a exploração de crianças catadoras de cacau do outro lado do mundo. Que o consumo de determinados produtos causa mais desequilíbrio ambiental do que outros. Que o que lhe é vendido como saudável pode vir impregnado de veneno, com carimbo de inspeção, selo de qualidade e tudo mais. Estas sim são informações que devemos considerar ao definirmos nossos hábitos de consumo. Muito mais que o modismo e o prazer inconsequente. Aquilo que faz mal a um povo e exaure nossos recursos naturais não pode, individualmente, simplesmente converter-se numa escolha saudável. Tudo faz parte do Todo e está sujeito às Leis da relação entre causa e efeito.
Você também não precisa ser mais uma cabeça do “gado” tão facilmente tangido por cientistas a serviço de interesses comerciais e profissionais especialistas em vender ilusões. Na escola, somos ensinados a engolir sem questionar o conteúdo transmitido e isso nos influencia por toda a vida. É preciso romper com a forma robotizada de pensar e deixar de aceitar como verdade única e absoluta tudo aquilo que nos é posto com um rótulo de autoridade e credibilidade, pois nem sempre as coisas são o que parecem. Se desde criança houvessem lhe ensinado que a Terra é o centro do Universo, você cresceria acreditando nisso. E por mais frustrante que possa parecer ir contra o que lhe disseram com tanta convicção seus livros, pais, professores e doutores, ao finalmente descobrir que somos apenas um microscópico grão de poeira cósmica entre milhões de outros universos, galáxias, planetas e estrelas, toda a sua percepção do mundo seria alterada, numa reação em cadeia. Este exemplo pode ser facilmente aplicado em todas as áreas da nossa vida e serve para ilustrar os perigos da visão condicionada.
Dan,
ResponderExcluircomo é bom compartilhar das suas idéias revolucionárias meu amigo!
Sim, o amor à natureza deve ser incondicional.
Diante de tanto racionalismo materialista acabamos esquecendo do que somos e aquilo de que somos feitos... a matéria que forma nossos corpos vem da natureza e é para ela que voltaremos inevitavelmente.
Somos natureza!
Amor ao que somos!
Drica